quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Abacaxi gera renda e alimenta gado em assentamentos de Ituiutaba

Nilson Dantas Cruz produz em média 50 toneladas por ano em três hectares | Luiz Augusto Ribeiro/Emater MG

Agricultores beneficiários de projetos de reforma agrária, em Ituiutaba, no Triângulo mineiro, estão descobrindo no plantio de abacaxi, mais uma opção de renda e de alimento para o gado, na época da seca. A informação é do extensionista Luiz Augusto Ribeiro, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), orgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O escritório local da empresa presta assistência a seis assentamentos no município, que juntos abrigam cerca de 160 famílias.

O abacaxi está sendo plantado em áreas de até três hectares, nos assentamentos Chico Mendes e Divisa, onde estão assentadas, respectivamente, 49 e 27 famílias. Mas segundo o técnico da Emater-MG, apenas cinco famílias cultivam a fruta em escala comercial, três do Divisa e duas do Chico Mendes.

O agricultor Nilson Dantas Cruz, do assentamento Divisa, investiu na atividade e está tendo bons resultados. "Como a gente já conhecia o abacaxi e trabalhava em uma terra parecida com esta, não tive dúvida que aqui poderia produzir muito bem", afirma. Ele tinha razão. Com o suporte técnico da Emater-MG, aprendeu a conduzir melhor a lavoura para produzir mais e com melhor qualidade. A produção média tem sido de 50 toneladas por ano.

Nilson conta que tudo teve início há 11 anos, com a implantação de assentamentos no município, por meio do Programa Nacional de Reforma Agrária. Na ocasião, a família do agricultor se inscreveu e ganhou 30 hectares para morar e produzir. Três hectares são destinados à lavoura de abacaxi.

Sua produção é comercializada no próprio município e na cidade vizinha de Carmópolis. O assentado fatura ainda com a venda de mudas e com o ensino do plantio para outros agricultores. Ele também aproveita o que sobra após a colheita para alimentar o pequeno rebanho em épocas de estiagem.

"Quando ele colhe a lavoura, a planta fica para o gado na época da seca, período em que falta forragem", conta o agrônomo Luiz Augusto. "Passamos as folhas na picadeira e fazemos uma ração de ótima qualidade", confirma Nilson.

Para manter o abacaxi no mercado o ano inteiro, Nilson foi orientado a fazer o escalonamento na produção. Entre um serviço e outro na lavoura, ele planta melancia e café.

Expansão
O sucesso da experiência de Nilson Cruz tem conquistado outros assentados. É o caso de Donizeti de Oliveira, que sempre trabalhou com gado, mas que agora está confiando mesmo na produção de abacaxi. Tanto que começou a atividade este ano, mas já ocupa um hectare de terra com 40 mil pés da fruta.

"A produção de leite é uma atividade boa, mas é preciso ter um gado melhor e um espaço maior. Aqui o chão é pequeno. A roça de abacaxi gastou R$ 5 mil, o que não é um valor alto, mas creio que consigo colher uns R$ 15 mil", revela. Donizete adquiriu as mudas com Nilson e ainda está descobrindo os tratos e o manejo da cultura.

Segundo o gerente da Regional Emater-MG de Uberlândia, José Roberto Silva, que ministrou um curso sobre o cultivo de abacaxi para os assentados de Ituiutaba, apesar de o abacaxizeiro ser uma planta rústica, ela necessita de cuidados especiais. O foco deve ser a produtividade e a melhor qualidade da fruta.

O gerente recomenda o plantio de 30 mil mudas por hectare, o que deve gerar um rendimento médio de 80%. José Roberto considera a atividade uma boa alternativa de renda para o agricultor familiar pelos seguintes motivos: médio ciclo (um ano e meio entre o plantio e a colheita); mão de obra constante e boa rentabilidade por hectare, o que favorece as pequenas áreas dos assentamentos de reforma agrária.

via Agência Minas
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